Esta leguminosa tem apresentado bom desempenho em solos com textura arenosa e média, como os Latossolos textura média e Areias Quartzosas. Nessas classes de solos, tem-se verificado uma maior persistência da leguminosa em consorciações com Brachiaria decumbens, em virtude da ressemeadura natural ser mais efetiva. Por ser uma leguminosa, o estilosantes Campo Grande tem capacidade de absorver o nitrogênio do ar pela associação com bactérias (rizóbio) em suas raízes. Nas condições de solo e clima da Fazenda Ribeirão, MS, 88% do nitrogênio dos tecidos do estilosantes Campo Grande foi obtido da fixação atmosférica. Para uma produção de 7.400 kg/ha de matéria seca, 180 kg/ha do N dos tecidos foi obtido pela simbiose com os rizóbios. Esse nitrogênio que o estilosantes coloca no solo melhora as condições das pastagens consorciadas.No plantio de novas pastagens do estilosantes Campo Grande, a taxa de semeadura da leguminosa deve ser de 2 a 2,5 kg/ha de sementes puras viáveis (SPV) e a taxa de semeadura das gramíneas é reduzida em 20% a 30%. Os métodos de plantio podem ser realizados em várias combinações em função das características da gramínea utilizada na consorciação.
As sementes de estilosantes são pequenas, portanto, a profundidade de plantio não deve ser maior do que 2 centímetros.Em áreas infestadas com invasoras anuais (áreas de culturas), é importante realizar o plantio depois da ocorrência de chuvas, que estimulam a germinação das sementes invasoras, e após estas terem sido eliminadas com duas ou três passadas de grade niveladora ou herbicida. Na recuperação de pastagens devem ser consideradas duas situações básicas de introdução da leguminosa. A primeira é quando a recuperação é realizada com o preparo total do solo que visa a controlar invasoras e incorporar calcário e fertilizantes e a leguminosa é implantada após o preparo completo do solo.
A leguminosa é semeada a lanço ou em linhas, como descrito na formação de novas pastagens, e a gramínea retorna espontaneamente do banco de sementes existentes no solo. Neste caso, se o banco de sementes for muito elevado é necessário controlar o excesso de plantas da gramínea (mais comum em braquiárias), da mesma forma que as invasoras. Em áreas com poucas sementes da gramínea no solo, como ocorre com Panicum, pode ser necessário adicionar sementes da mesma. A segunda situação é a introdução sobre pastagens em plantio direto, quando recomenda-se a aplicação de 1,5 a 2,0 litros por hectare de herbicida dessecante à base de glifosato, para fazer uma supressão da gramínea, para reduzir o seu crescimento e possibilitar o estabelecimento da leguminosa. Essa prática é mais recomendada em pastagens em início de degradação. A calagem, quando necessária, é feita na superfície e a adubação é realizada com a introdução da leguminosa. Os sulcos podem ser feitos com um subsolador com caixa de sementes e a leguminosa distribuída a lanço e compactada. Para a adubação e semeadura podem também utilizar equipamentos de plantio direto.
Origem: América do Sul
Hábito de crescimento: Arbustivo, semi-ereto
Fertilidade do solo: Baixa
Tolerância ao frio: Média
Tolerância a seca: Alta
Tolerância a encharcamento: Baixa
Teor de proteína: 10 a 18%
Profundidade para plantio: 1,0 a 2,0 cm
Utilização: pastejo, adubo verde
Fixação de Nitrogênio: 180 MS/kg/ha/ano